Carlos era apaixonado, sonhador, queria ter um futuro brilhante, construir sua própria família. Tinha 15 anos, e a apenas 2 teria se mudado para a cidade grande, São Paulo. Tinha cabelos curtos, cacheado e preto, alto, dos olhos castanhos e pele morena. Morava em um bairro humilde, afastado do centro.
Sua escola ficava a duas quadras, estava no 1º ano do ensino médio, e o único motivo de gostar de ir a escola, era para ver uma garota do 2º ano, linda. Luiza tinha 16 anos, cabelos louros, enrolados, olhos castanhos e pele branca como a neve.
Havia duas semanas que Carlos andava pensativo, indeciso e talvez, receoso com medo. Queria poder se entregar de corpo e alma, mas tinha medo do que a garota falaria. Seus amigos que não acreditavam que a garota fosse o querer, pelo fato dela ser um ano mais nova e que ainda era apaixonada pelo sua ex-namorado, que por sua vez, não suportava ver um garoto dando em cima de sua "menina". Mas Carlos não podia perder as esperanças, ela era a mulher de sua vida, mãe de seus futuros filhos. Na mente de garoto o fato do ex-namorado e de sua idade não passavam de um simples desafio que teria que ser enfrentado, mas faltava coragem.
No começo a garota era apenas sua amiga, mas os sentimentos foram se intensificando. Carlos não parava de pensar em Luiza um sequer segundo, isso havia atrapalhado o rendimento do garoto. Todas vez que se sentia mal, lá estava ela, parecia pressentir, era como um anjo.
No ano seguinte o ex-namorado de Luiza havia abandonado a escola, mas não a garota, que por mais que sentisse que ele ainda era dono de uma parte de seu coração, a volta deles era impossível, pois a mãe de Luiza não gostava do garoto, que se achava o "mais-mais" de toda escola, e realmente era. Bem, um de seus obstáculos já havia, em partes, sido resolvido, mas faltava a coragem e um empurrãozinho pela parte de seus amigos.
Eles marcavam de sair alguns finais de semana, era uma felicidade quando ele recebiai o telefonema de Luiza o chamando para sair. Iam ao cinema, teatro, livraria, lanchonetes, e aonde quer que fosse o local já era suficiente para Carlos ficar ainda mais apaixonado por Luiza. Mas o tempo passava e o final do ano chegava, Luiza viajaria para Londres, prestar a universidade. Eles já contavam segredos uns aos outros, Luiza falava dos garotos que gostava, Carlos só ouvia, pois a unica garota que amava, estava em sua frente e era apenas uma amiga de escola, sua melhor amiga, talvez.
Era setembro, aniversario de Carlos, e como todos os anos uma pequena pequena chuva caia, e batia nas janelas de seu quarto. Este ano tinha planejado uma coisa diferente dos demais, não ficaria em casa, sairia com seus amigos para uma festinha perto dali. Chegando lá encontrou varias pessoas de sua escola, inclusive Luiza. Mas ela estava diferente, estava acompanhada, acompanhada de seu ex, aos beijos, agarrada ao ex. Mas ela não podia, ela prometera a Carlos que não faria isso, não voltaria com ele, mas o que os olhos vêem, é difícil desmentir.
Carlos até pensou em voltar para casa, mas todos, inclusive ela perceberia que ele à amava. E sem pensar duas vezes, aplicou o plano da vingança, deu um beijo na amiga de Luiza, que quando viu, sentiu um aperto no coração, mesmo estando acompanhada, sentia que gostava um pouco, ou talvez muito, de seu melhor amigo.
O tempo foram passando, eles já não era tão grudados como antes, não contavam tudo que viam, ou sentiam um para o outro. Assim como Carlos, Luiza também sentia falta de estar acompanhada com o amigo.
Era final de ano, na formatura de Luiza, ela como sempre estava linda, mas como sempre, agora estava acompanhada de seu namorado. Carlos não suportava vê-los juntos, mas o que poderia fazer? Gritar e pedir a ela que eles terminassem? Para cobrar ela de sua promessa? Não, Carlos mais uma vez não iria correr atrás de sua amada.
O dia da partida de Luiza havia chegado, ela esperava por ele, por seu melhor amigo no aeroporto, mas Carlos não apareceu. Estava ocupado demais com a sua vidinha monótona, magoado e chateado com a garota. Tentava a todo custo tirá-la da cabeça.
Luiza esperou até o último minuto, mas ele não apareceu, ele á abandonou.
Carlos arrependido, resolveu ir até o aeroporto, acho que o voo sairia ás 14:00. Ela já teria partido, o abandonado, sabe-se lá quando ela voltaria.
Tentou por diversas vezes escrever cartas, mas não tinha coragem de enviá-las. Até que um dia decidiu que alguma coisa teria que ser feita, e por mais que ela não recebesse ou não leria a carta, ele havia tentado.
Dias se passaram até que uma carta de retorno havia chegado, remetente: Luiza Oliveira Simões. Carlos ficou surpreso ao ler, nela Luiza disse que sentia o mesmo amor por ele, que ela só estava com o ex porque achava que Carlos não à queria. Que era para ele esperar, ela voltaria, e eles seriam muito felizes. Essa era a nova promessa de Luiza, e ela estava afim de cumpri-la.
Nove meses se passaram e Luiza retornou ao Brasil. Durante o tempo que estavam afastados, trocavam cartas sempre que possível.
Luiza cumpriu a sua promessa, e assim foram felizes para todo o sempre, enquanto existia vida, enquanto existia o amor. E a certeza de que um completava o outro era cada vez mais certa. Estava escrito, cada detalhe, da forma mais bela possível e impossível.